"deixa, deixa, deixa eu dizer o que penso dessa vida
preciso demais desabafar
suportei meu sofrimento de face mostrada e riso inteiro
se hoje canto meu lamento, coração cantou primeiro
e você não tem direito de calar a minha boca
afinal me dói no peito uma dor que não é pouca
tem dó"
Não, eu não me considero uma pessoa triste, às vezes calada e quieta, mas triste não. Tenho problemas como qualquer outra pessoa, mais que uns, menos que outros, mas como dizem, ninguém recebe mais do que possa aguentar nessa vida - sem conformismo. Sei fazer piadas da desgraça - de outras coisas também - pra que ela seja mais leve e, modéstia à parte, elas são muito boas e normalmente as pessoas riem.
Ok, mas o que quê a música inicial tem a ver com o que eu estou escrevendo? Vai ter agora, foi só uma introdução quase meio autobiográfica pro que eu realmente quero escrever. (Na verdade o texto inteiro vai ser quase meio autobiográfico.)
Esse tipo de música é realmente muito bonita, não é mesmo? As mais melancólicas e quanto mais, mais bonita. Mas porque? Eu acho lindo, muito lindo, mas eu não consigo entender verdadeiramente o porque. A melancolia de uma letra, do ritmo, da melodia, a melancolia do som de um piano - inserindo o piano aleatoriamente no assunto pois sempre quis declarar meu amor por seu som à todos, nunca o fiz, então pelo menos vou citá-lo timidamente. Aquele sofrimento na voz de quem está cantando, tremendo-a, interpretando, cantando com a alma. Isso tudo é muito lindo.
Talvez eu tenha mesmo um lado meio melancólico e dramático. Talvez também tenha um lado depressivo e triste, aliás, inegável a presença desses desgraçados em minha vida. Doença que não te abandona nunca, pro resto da vida, ela só se esconde. Talvez seja por isso... talvez. Talvez eu seja exagerada pra muita coisa... Muita coisa.
Vou fazer teatro. (Eu já fiz teatro)
Acho que sou uma pessoa em potencial, em muitas situações, e isso não é positivo. Estou me sentindo limitada e presa, e a coisa que eu mais odeio no mundo é me sentir assim. Queria ter muitas tintas dentro de casa, quadros em branco para serem pintados, folhas, lápis de todos os tipos, um espaço grande, sons. Uma parede me pedindo para ser coberta com cores, flores, dores, amores, qualquer coisa e tudo que passe dentro da minha cabeça. Mas eu estou limitada. Um preto-e-brando interminável, por mais cor que eu tente por. Na verdade eu também queria saber desenhar melhor, muito melhor.
Como um coisa qualquer que eu escrevi aqui um tempo atrás:
Dias (im)produtivos (28/10/1008)
uma árvore cheia de flores
cores saltando dos meus olhos
pintando cada cena que vejo
cada momento que passo
de repente, preto e branco
improdutivo
nada mais há para ser feito
a árvore não floresce mais
as cores fugiram
correram
para fora de alcance de minha visão
só o ar ficou, sereno
vai e vem
vento, calmo
chão, de terra, mas nenhuma planta
a única raíz que se vê
é a que sai de meus pés
mas não saem flores de mim
só dores.
Repetindo, a coisa que eu mais odeio é me sentir limitada e presa. E isso serve pra qualquer coisa.
Eu já nem sei mais que rumo tomou esse texto, talvez tenha sido o que penso dessa vida, um desabafo, ou qualquer coisa assim... saída no meio da madrugada pr'um blog.
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