terça-feira, 4 de agosto de 2015


Sempre que eu volto ao mar e me sinto bem, lembro que meu lugar é junto dele.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Por que no final do dia a gente tem que se sentir tão vulnerável e sozinho?

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Começou a entrar um vento muito frio pela janela e automaticamente me preparei pra levantar e fechá-la. 
Nesses segundos antes que eu levantasse de fato, percebi que eu estava sentindo. Era frio. Eu estava morrendo de frio, mas eu estava sentindo alguma coisa. No estado de torpor que me encontrei o dia inteiro, finalmente alguma coisa estava me afetando. 
Pude me despir de sentimentos forjados durante o dia e realmente sentir alguma coisa.
Nunca tive tanto prazer em passar frio. 

quarta-feira, 11 de março de 2015

Photography

 

A fotografia é minha desculpa para viver. Marco compromissos por causa dela, transformo em trabalho para dar uma importância maior e me fazer não desistir. 
Se não fosse por ela eu não estaria lá naquele dia, ou naquele outro e muito menos marcaria qualquer viagem. 
É sufocante pensar que preciso de desculpas para viver. Que se não fosse um trampolim, eu sozinha não faria nada e me encerraria em casa. Ao mesmo tempo que penso que, se pela fotografia eu consigo não sentir medo, o que mudaria se eu estivesse no mesmo lugar sem a câmera na mão? O que mudaria é que eu não teria um objetivo concreto e assim estaria aberta a milhares de estímulos externos. Sentiria vontades. Prestaria mais atenção em musicas, pessoas, conversas... Ficaria mais vulnerável a relacionar-me com outras pessoas. Não teria uma barreira/desculpa que me permitisse não interagir nos lugares. Estaria por dentro, incluída e não apenas uma observadora.
Estar e sentir vontade sem uma desculpa? 
Acho que ainda este é um passo muito largo para dar sem minhas muletas. Eu ainda preciso delas. Eu preciso das minhas desculpas para estar em algum lugar. 

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Ininterrupto

Todos os dias quando eu acordo eu encontro um novo meio de suportar a vida dentro das paredes frias/quentes que me cercam. O não conforto é sempre presente: ou está demais ou está de menos. Tudo o que encaixa não existe e não é. O que fazer para suportar o arrastar dos dias que perpassam sobriamente por mim? Como uma cerca viva bonita, mas que também sufoca. A beleza que cerca. É belo porque rouba de você, suga o vital.
Meu descontentamento, meu desprazer, desmotiva o viver. Luzir o que padece. Padecer o que enlouquece e por fim viver.
Suspiro profundo cheio de vida, tentando evitar a morte. O medo da morte não me deixa ver que já morri para a vida mas continuo a respirar.

Paradoxo mortal da consciência, sobrevivência, essência, paciência.
E o que me resta é a pendência, já que nunca consigo estar e ser para fazer.



*** Texto escrito durante uma madrugada de sono não dormido. Como um sonho lúcido.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Notas inacabadas

Você me estragou, mas isso só aconteceu por que eu deixei. Eu era outra pessoa antes e agora eu não sei quem eu sou. Eu não sei mais quem eu sou sozinha. Somente eu. Eu só sei o que eu sou com os outros. Eu perdi minha identidade duas vezes nesse tempo todo e só posso perceber o quão significativo isso é. Eu não tenho mais identidade e não sei mais quem eu sou. Na verdade, eu acho que eu sou um grande conjunto de vazios. E esses vazios me preenchem me fazendo sufocar. Estou cheia, farta de tantos vazios. A culpa não é sua, pelo contrário. Eu cultivei esses vazios. Eu me agarro as loucuras e torno-me uma pessoa doentia a cada dia que passa. A cada dia que passa, um vazio novo aparece e um dia perdido eu tenho.

domingo, 10 de novembro de 2013

Parte 2

"It's bugging me
Grating me
And twisting me around
Yeah, I'm endlessly
Caving in
And turning inside out"
(Hysteria - Muse)


E a primeira coisa que fez, ao acordar arfando e completamente suado, foi pegar o copo d'água em sua cabeceira e virar, bebendo em grandes goles, por completo. A sensação da água fresca descendo por sua garganta era reconfortante, uma vez que seu corpo estava quente demais. Sentou-se na cama, era o terceiro pesadelo só naquela noite e não passava das 3 horas da manhã. Pegou o telefone e sem pensar discou o número dela.  

"Sua chamada está sendo encaminhada para caixa de mensagens"

- Merda. O que eu tô fazendo...? - lágrimas brotam instantaneamente em seus olhos. 

Com pressa, calça os chinelos, veste uma blusa e sai em disparado pela porta de casa. Seu destino é o terraço do prédio, onde ele sempre vai quando seu desespero fica maior do que consegue aguentar normalmente. A vista lá de cima não vai muito longe, seu prédio antigo é cercado por outros maiores e mais novos, mas ele tem uma boa visão das rua a sua volta. Com as mãos apoiadas no parapeito Artur inala uma significativa quantidade de ar. O frio da madrugada preenche seus pulmões. - Isso realmente é tranquilizador.





Link da música:

http://www.youtube.com/watch?v=mvkHlMxeGdo



quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Parte 1

"I want to reconcile the violence in your heart
I want to recognise your beauty's not just a mask
I want to exorcise the demons from your past
I want to satisfy the undisclosed desires in your heart"
(Muse - Undisclosed Desires)


- Quantas vezes eu vou ter que repetir que sou uma pessoa estragada por dentro e que não tenho força pra sustentar nenhum sentimento que não seja a indiferença?

- Mas eu consigo enxergar em seus olhos que há alguma coisa... - Disse baixinho.

- Não há nada aqui, já disse. Não consigo nada mais do que a indiferença.

- Então existe alguma coisa.

- Olha, presta atenção, eu não quero te iludir. Não quero te fazer mal. Eu fui quebrado em vários pedaços, várias vezes. E nunca mais vou conseguir juntar tudo ou alguma coisa, pelo menos. Sou estragado, incompleto, vazio - E piscou longamente os olhos, suspirando - Eu não quero qualquer tipo de sentimento. E antes que você diga algo, eu não quero te iludir ou fazer mal por me importar, mas apenas pra não ter nenhum problema. Isso sou eu. Eu simplesmente não me importo.

Depois de um longo silêncio, ela finalmente disse, olhando fixamente em seus olhos:

- Eu não acredito em nada disso. - E saiu, deixando-o de testa franzida, parado no meio da sala.









- Link da música:

http://www.youtube.com/watch?v=R8OOWcsFj0U

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Só podia parar na fotografia mesmo. Toda essa paixão pelo visual, deveria ser canalizada pra alguma coisa construtiva, em algum momento. É na fotografia, nas imagens que minhas ideias borbulham. Ainda que não ponha tudo em prática, no momento, mas às vezes sou tomada por uma enxurrada de imagens que se transformam em ideias sensacionais (pra mim).
Hoje, eu vejo um clipe, filme, foto e me concentro em todos os detalhes do visual, e por muitas vezes me apaixono. A sensação é tão forte, a da visão, que começa a ativar o sentido tátil e parece que sinto o que vejo, como se eu pudesse tocar.
Enfim, parece meio aleatório esse post (e é), mas precisava, como numa notinha de caderno, escrever isso rapidinho aqui.
É, publicaram algum texto meu. Foi a Confeitaria Mag, olha lá...!

http://confeitariamag.com/convidado/faz-sentido/