já me fiz janela, já me fiz árvore
já criei raízes pra falar
que não brotam flores de mim
porém dores sim
não quero me preocupar em rimar
só em deixar as palavras fluindo
indo e vindo
feito o mar
a propósito, o mar
veludo azul, constante, tocante, tocável
admiro, miro, guardo, pinto... ele é invejável
dançando com maestria, deixando qualquer bailarina
frustrada sobre suas pontas
delicado e feroz, dá piruetas, giros, tem explosões e aplausos
ele é o melhor confidente que existe
quantos pedidos já não ouviu?
quantas juras de amor, quantas mágoas, quantas lágrimas esse bravo senhor já não afagou?
já me fiz janela, já me fiz árvore
já criei raízes pra falar
que não brotam flores de mim
porém dores sim
agora sou só eu
eu aqui, pra dizer
que o mar, o doce mar
é melhor amigo que eu poderia ter
Um comentário:
Lindo o que escreve. Sensiblidade de poucos, desejo de muitos ter igual talento. Beijoquinhas
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